Revista Amplamente | Editora Amplamente

Este texto reúne elementos teóricos e empíricos, mobilizados durante imersões de cunho otobiográfico em um projeto intitulado de: Mulheres invisíveis: saltos que se produzem para a vida, o qual reuniu profissionais da educação, estudantes, pesquisadores e colaboradores com a pretensão de, por meio da pesquisa e extensão em rede, produzir processos de visibilidade dos direitos de mulheres que (sobre)vivem da prática da prostituição, sendo essa um estigma, historicamente construído e retroalimentado pela violação de direitos e, também, pela marginalização do respeito frente a liberdade dessas mulheres - Damas da Noite – no âmbito da sua autonomia para produzirem-se para a vida (prostituição), valendo-se dos saltos que lhe são possíveis para (per)formarem uma atividade que diz muito sobre os corpos, e sobre as marcas palimpsésticas que neles se inscrevem. Desse processo, culminou o propósito de promover espaços-tempos de visibilidade da mulher prostituta, com vistas ao protagonismo e disseminação da cultura de respeito à autonomia sexual, da não violência e da não submissão feminina, por meio de ações voluntariadas em rede e contributas parapolíticas do corpo e fatores de saúde, empoderamento, geração de renda e profissionalização. Para isso, investimos na dizibilidade das Damas da Noite itaberabenses, atuantes nas regiões periféricas de grande circulação de transeuntes, cujas narrativas ditas e/ou escritas fieram transbordar perceptos e afectos (DELEUZE, 1992) do ser/tornar-se prostituta, mobilizando uma política de compreensão e dizibildade do corpo , pautada em ações (per) formativas, ética e esteticamente organizadas com foco no deslocamento dessas mulheres de sua condição de vulnerabilidade e invisibilidade sociais, para uma condição outra de produção de saltos qualitativos em relação a atenção à saúde, à integridade física e moral e à qualificação profissional. Tudo isso atravessadas pela ideia derridiana de otobiografia – a escuta da vida nos registros humanos.

PALAVRAS-CHAVE:

Mulheres da Vida. Otobiografia. Palimpsesto. (Per)formatividade.

BIOGRAFIA DO AUTOR:

Neurisângela Maurício dos Santos Miranda

Doutora em Educação pela Universidade Federal da Bahia (UFBA); Mestre em Gestão e Tecnologias Aplicadas à Educação pela Universidade Do Estado do Bahia (UNEB); Licenciada em Pedagogia pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB). Técnica em Assuntos Educacionais do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Baiano (IF Baiano).

Leonardo Augusto Paulino

Doutor e Mestre em Artes Cênicas pela Universidade Federal da Bahia (UFBA); Licenciado em artes Cênicas pela Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP); Docente do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Baiano (IF Baiano).

Ozenice Silva dos Santos

Doutora em Constituição do território pela Universidade do Porto – Portugal (U.Porto); Mestre em Geografia Agrária pela Universidade Federal de Sergipe (UFS); Licenciada em Geografia pela Universidade Federal de Sergipe (UFS). Docente do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Baiano (IF Baiano).

Jersica Moreira da Cruz

Graduada em tecnologia de Análise e Desenvolvimento de Sistemas pela Universidade Norte do Paraná (UNOPAR); Licencianda em Educação do Campo pela Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) e Técnica em Meio Ambiente pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Baiano (IF Baiano).

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COMO CITAR:

MIRANDA, N. M. S.; PAULINO, L. A.; SANTOS, O. S.; CRUZ, J. M. Mulheres Invisíveis: narrativas otobiográficas sobre corpos palimpsésticos. Revista Eletrônica Amplamente, Natal/RN, v. 2, n. 1, p. 328-344, jan./mar. 2023.

Publicado: 25/03/2023

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